AIDS: o que é, como se transmite, sintomas e tratamento atual

AIDS: o que é, como se transmite, sintomas e tratamento atual

Quando se fala em infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), uma das mais conhecidas é, sem dúvida, o HIV, vírus que pode levar ao desenvolvimento da AIDS. Ao longo dos anos, o tema foi cercado de muitos medos, estigmas e preconceitos, mas hoje a ciência avançou muito, trazendo mais conhecimento, mais prevenção e mais qualidade de vida para quem vive com HIV.

Apesar dos avanços, a informação continua sendo uma das principais ferramentas de combate, tanto para evitar novos casos quanto para garantir diagnóstico precoce e acesso ao tratamento.

Neste artigo, você vai entender exatamente o que é HIV e o que é AIDS, como acontece a transmissão, quais são os sintomas, as diferenças entre estar infectado pelo vírus e desenvolver a síndrome, além de conhecer os tratamentos atuais que permitem que as pessoas vivam com saúde, bem-estar e vida longa.

O que é HIV e o que é AIDS?

HIV: o vírus

O HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) é um vírus que ataca o sistema imunológico, mais especificamente as células de defesa conhecidas como linfócitos CD4.

Ao se multiplicar dentro do organismo, o HIV enfraquece progressivamente o sistema imunológico, deixando o corpo mais vulnerável a infecções, doenças e alguns tipos de câncer.

AIDS: a síndrome

AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é o estágio mais avançado da infecção pelo HIV, quando o sistema imunológico já está muito comprometido e surgem doenças oportunistas, como:

  • Pneumonias graves
  • Tuberculose
  • Meningite
  • Cânceres relacionados ao HIV, como sarcoma de Kaposi e linfomas
  • Infecções fúngicas disseminadas

Diferença entre ter HIV e ter AIDS

  • Ter HIV não significa ter AIDS. A pessoa pode viver anos com o vírus, em tratamento, com a carga viral indetectável, sem nunca desenvolver a síndrome.
  • A AIDS ocorre quando a infecção não é tratada, permitindo que o vírus destrua boa parte do sistema imunológico, levando a infecções graves.

Como o HIV se transmite?

O HIV é transmitido através de fluidos corporais, como:

  • Sêmen
  • Secreções vaginais
  • Sangue
  • Leite materno

Principais formas de transmissão:

  • Sexo desprotegido (vaginal, anal ou oral) com uma pessoa que vive com HIV e não está em tratamento.
  • Compartilhamento de agulhas, seringas ou instrumentos cortantes sem esterilização (situação comum no uso de drogas injetáveis ou em procedimentos clandestinos de tatuagem e piercings).
  • Transfusão de sangue contaminado, o que é extremamente raro atualmente devido aos rigorosos testes nos bancos de sangue.
  • Da mãe para o bebê, durante a gestação, parto ou amamentação, caso não haja acompanhamento e tratamento adequado.

O HIV não se transmite por:

  • Beijos
  • Abraços
  • Aperto de mão
  • Compartilhamento de copos, talheres, pratos
  • Assentos sanitários
  • Piscinas
  • Picada de insetos

Quais são os sintomas do HIV?

Na fase inicial (aguda), 2 a 4 semanas após a infecção:

Algumas pessoas desenvolvem sintomas semelhantes a uma gripe forte ou quadro viral, como:

  • Febre
  • Mal-estar
  • Dor de cabeça
  • Dor no corpo
  • Aumento dos gânglios (ínguas) no pescoço, axilas e virilha
  • Dor de garganta
  • Diarreia
  • Manchas avermelhadas na pele

Essa fase pode durar poucos dias e, em seguida, o vírus entra em uma fase de latência clínica, onde não há sintomas aparentes, mas o vírus segue se multiplicando silenciosamente e danificando o sistema imunológico.

Sintomas na fase avançada (AIDS):

Quando o sistema imunológico está muito comprometido, surgem:

  • Perda de peso rápida e inexplicável
  • Diarreia persistente
  • Febre prolongada
  • Suores noturnos
  • Cansaço extremo
  • Infecções oportunistas (pneumonias, meningites, tuberculose, etc.)
  • Lesões na pele e nas mucosas
  • Tosse persistente e dificuldade para respirar

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é realizado através de testes rápidos ou exames laboratoriais que detectam:

  • Anticorpos anti-HIV
  • Antígenos do vírus

Os testes são gratuitos no SUS, disponíveis em unidades de saúde e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), com resultado rápido e sigiloso.

Quanto mais cedo o diagnóstico, mais chances de uma vida saudável com tratamento adequado.

Tratamento atual: viver com HIV é possível

A revolução do tratamento

Hoje, pessoas que vivem com HIV podem ter uma vida longa, saudável e produtiva, graças aos antirretrovirais (ARV) — medicamentos que impedem a multiplicação do vírus no organismo.

O que o tratamento faz?

  • Controla a carga viral, muitas vezes tornando-a indetectável.
  • Impede o enfraquecimento do sistema imunológico.
  • Reduz o risco de doenças oportunistas.
  • Zera o risco de transmissão sexual, quando a carga viral está indetectável, através do conceito "Indetectável = Intransmissível (I=I)".

Indetectável = Intransmissível

Uma pessoa que vive com HIV e faz o tratamento corretamente, mantendo a carga viral indetectável, não transmite o vírus por via sexual.

Essa é uma das maiores conquistas da ciência e uma informação fundamental para quebrar estigmas.

A prevenção vai além da camisinha

Métodos de prevenção combinada:

  • Camisinha: protege contra HIV e outras ISTs.
  • PrEP (Profilaxia Pré-Exposição): medicação diária que impede que o HIV se estabeleça no corpo em caso de exposição.
  • PEP (Profilaxia Pós-Exposição): tratamento de emergência que deve ser iniciado até 72 horas após uma situação de risco, como relação sem proteção ou rompimento de camisinha.
  • Testagem regular.
  • Tratamento das pessoas que vivem com HIV, que previne novas transmissões.

HIV tem cura?

Atualmente, não existe cura definitiva para o HIV, mas o tratamento permite que o vírus fique controlado a ponto de ser indetectável no sangue.

Existem pesquisas avançadas em busca da cura, incluindo terapias genéticas, vacinas terapêuticas e outros métodos promissores, mas, por enquanto, o controle com antirretrovirais é extremamente eficaz.

Como conviver com o HIV?

  • Realizar o tratamento corretamente, sem interrupções.
  • Fazer acompanhamento médico regular, com exames de carga viral e contagem de CD4.
  • Ter uma vida saudável, com alimentação equilibrada, atividade física e cuidados emocionais.
  • Ter uma vida afetiva, sexual e profissional plena — o HIV não impede ninguém de trabalhar, namorar, casar ou ter filhos (com acompanhamento adequado para evitar transmissão).

Quando procurar um médico?

Se você teve alguma situação de risco, apresenta sintomas suspeitos ou simplesmente quer cuidar da sua saúde sexual, é essencial procurar um médico.

Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, melhores são as chances de manter a saúde, evitar complicações e viver com qualidade de vida.

Na PicDoc, você pode realizar uma consulta online com um médico, de forma rápida, sigilosa e sem precisar de agendamento. Tire suas dúvidas, receba orientações, peça exames, laudos e, se necessário, encaminhamento para iniciar o tratamento.

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