Alta na procura por remédios de emagrecimento como Ozempic e Mounjaro acende alerta para riscos da automedicação

Popularizados nas redes sociais, medicamentos injetáveis usados originalmente para o tratamento do diabetes tipo 2 têm sido utilizados de forma indiscriminada para perda de peso. Especialista alerta sobre os riscos da automedicação e reforça a importância do acompanhamento médico
O uso de medicamentos como Ozempic (semaglutida) e Mounjaro (tirzepatida) para emagrecimento explodiu nos últimos meses, impulsionado por resultados expressivos em estudos clínicos e pela popularização nas redes sociais. Embora essas drogas tenham eficácia comprovada em pacientes com obesidade e diabetes tipo 2, o uso indiscriminado e sem orientação médica tem gerado preocupação entre especialistas.
De acordo com o endocrinologista Dr. Mario José Dias Trombetta (CRM-RJ 52-0122772-6 | RQE 52804), o fenômeno é resultado de uma combinação de fatores.
“Os estudos com semaglutida e tirzepatida mostraram reduções médias de até 20% no peso corporal, algo que antes só víamos com cirurgia bariátrica. Isso virou manchete e, consequentemente, desejo. A conveniência do uso semanal e o efeito de supressão do apetite completam o apelo. Mas o problema é que o feed do TikTok não é bula”, alerta o médico.
Além da influência das redes, celebridades, influenciadores e “clínicas do atalho” vêm reforçando a ideia de que o emagrecimento pode ser alcançado rapidamente, o que incentiva o uso sem prescrição. Segundo o especialista, a automedicação é uma prática perigosa que pode mascarar diagnósticos importantes e trazer sérios riscos à saúde.
“Indicações erradas fazem com que causas endócrinas do ganho de peso passem despercebidas. E contraindicações graves, como histórico familiar de carcinoma medular de tireoide ou síndrome MEN2, acabam sendo ignoradas. Esses casos são contraindicação absoluta para o uso de GLP-1”, explica
Riscos reais da automedicação
O uso inadequado de medicamentos injetáveis para emagrecimento pode desencadear uma série de efeitos adversos, especialmente quando a titulação é feita sem orientação. Entre os riscos mais comuns estão eventos biliares, pancreatite, desidratação e gastroparesia, condição que causa atraso no esvaziamento gástrico e piora dos sintomas digestivos.
“Também há um alerta importante no contexto cirúrgico: o uso de GLP-1 pode aumentar o risco de aspiração durante anestesias, o que exige cuidado redobrado antes de qualquer procedimento”, reforça o endocrinologista.
Outro ponto de preocupação é o aumento da venda de produtos falsificados ou manipulados sem rastreabilidade, que já levou as sociedades médicas brasileiras a emitir alertas formais.
“Há pacientes comprando versões manipuladas de semaglutida e tirzepatida que não passam por controle de qualidade. É um risco real, não se sabe o que há dentro do frasco”, adverte o Dr. Trombetta.
Consulta médica é essencial
A consulta com um endocrinologista é fundamental antes de iniciar qualquer tratamento farmacológico para perda de peso. O especialista realiza uma avaliação completa, confirmando elegibilidade, rastreando contraindicações e ajustando a dose conforme a resposta do paciente.
“Medicina é precisão, não impulso. Na consulta, nós confirmamos o IMC, comorbidades e metas realistas, escolhemos a molécula certa, ajustamos a titulação e preparamos um plano para reduzir efeitos colaterais. Além disso, orientamos sobre técnica de aplicação, conservação e conduta em caso de esquecimento de dose. Isso está alinhado aos padrões da ADA (American Diabetes Association)”, explica o médico.
O acompanhamento regular também permite o monitoramento laboratorial (função renal, hepática e retinopatia, quando aplicável) e garante mais segurança durante o tratamento.
“O mais importante é não cair na tentação do atalho. A perda de peso segura e duradoura começa com informação, avaliação médica e acompanhamento contínuo”, conclui o Dr. Mario Trombetta.
Estilo de vida: o pilar esquecido
Mesmo com o apoio farmacológico, a perda de peso sustentável depende de mudanças estruturadas no estilo de vida.
“Os medicamentos são ferramentas poderosas, mas só fazem milagre nas mãos certas. O uso criterioso, a titulação correta e a equipe multiprofissional transformam moda em tratamento e a automedicação transforma atalho em labirinto”, resume o Dr. Trombetta.
Entre as recomendações do especialista estão:
· Nutrição individualizada, com déficit calórico ajustado, consumo adequado de proteínas e foco em alimentos in natura e ricos em fibras.
· Atividade física combinada, treino de força de 2 a 3 vezes por semana, mais exercícios aeróbicos de 150 a 300 minutos semanais.
· Sono de qualidade e controle do estresse, que impactam diretamente na adesão e no controle do apetite.
Metas de redução de 5% a 10% do peso em 3 a 6 meses são consideradas realistas, com manutenção a longo prazo e reavaliação periódica do risco cardiometabólico, conforme as diretrizes mais recentes da ADA 2025.
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